14/12/2023
Em 2024 as empresas vão privilegiar o investimento em ESG e dar prioridade ao domínio das ferramentas de IA
Elaborado anualmente, o Relatório Mundial de Relações Públicas da ICCO - associação internacional da qual a APECOM é membro ativo e a cujo Board of Management pertence - é um inquérito realizado junto de diretores e consultores de RP séniores, geograficamente distribuídos por sete regiões, que fornece informações sobre crescimento, investimento, tecnologia, ética, saúde mental, diversidade, avaliação e redes sociais.
A mudança de opinião relativamente ao impacto da IA é bem percetível pelo resultado obtido no ranking das três principais tecnologias do futuro, com 86% dos inquiridos a colocar a IA no seu top três, quando comparado com 40% em 2022. A ciência de dados caiu para o segundo lugar, com 41% (42% em 2022). 45% consideram o “domínio das ferramentas de IA” como a principal skill do futuro, uma nova “entrada” este ano, ultrapassando a consultoria estratégica, que obteve 42%.
Quanto a ‘aplicação para novas tecnologias’, encontra-se em primeiro lugar com 55% e 'funcionar de forma mais eficiente', obteve um crescimento em relação aos 40% e ao quarto lugar obtidos em 2022. A ‘construção de comunidades online’ fica em segundo lugar, com 47%, contra os 44% obtidos anteriormente, e ‘um maior envolvimento dos colaboradores’ está em terceiro, com 38%, sofrendo uma ligeira descida em relação aos 41% obtidos em 2022.
‘ESG’ é a área em que as agências de comunicação aposta haver maior investimento (49%, sobe de 44% em relação a 2022 e de 32% em relação a 2021), com a ‘comunicação de influenciadores’ e a ‘consultoria estratégica’ a completar, pelo segundo ano consecutivo, o top três do ranking. ‘Sustentabilidade e meio ambiente’ será uma vez mais a principal causa social em que as empresas vão provavelmente dar prioridade (69%, uma subida em relação aos 62% de 2022) e, é também pela primeira vez a principal causa social que as empresas vão escolher em todas as sete áreas contempladas por este relatório.
No top três do ranking dos principais desafios que estes profissionais enfrentam, encontram-se “as condições macroeconómicas”, com 42%, juntamente com “clientes indisponíveis na alocação de recursos adequados”, também com 42%.
Apesar disso, 96% das empresas de Relações Públicas esperam crescer nos próximos cinco anos. Em termos gerais, a perceção de crescimento e de lucro dos Diretores e Líderes de Consultoras de Comunicação permanecem positivas, com uma média de 7.0 a prever um crescimento no mercado de RP em 2024, apesar de ligeiramente abaixo dos 7.3 obtidos no ano passado. Estão também de acordo ao preverem o aumento na rentabilidade das suas organizações, com uma classificação de 6.2, não obstante a queda em relação aos 7.0 obtidos em 2022.
Rob Morbin, Diretor Executivo da ICCO, refere:
"O relatório deste ano é o exemplo perfeito da capacidade que o nosso sector tem para crescer, adaptar-se e investir, face a um ambiente empresarial em constante transformação. Estamos a adotar novas tecnologias, competências e a criar condições para melhorar o bem-estar, a diversidade, a igualdade e a ética dos consultores de comunicação. Tudo isto num contexto de crises geopolíticas generalizadas e de incerteza económica. Enfrentar a IA, a desinformação e o clima, ao mesmo tempo que se estimulam equipas criativas e talentosas, não é tarefa fácil. No entanto, com estes desafios surgem oportunidades capazes de ter um enorme impacto para o bem, e não tenho dúvidas de que o nosso sector continuará a evoluir e a florescer, como já aconteceu inúmeras vezes".
O relatório inclui análises especificas por região (Reino Unido, Europa de Leste, Europa Ocidental, África, Médio Oriente, Ásia-Pacífico, América do Norte e América do Sul), bem como por tópicos (Talento, Medição e Avaliação, Diversidade e Inclusão, Ética).
Rohan Shah, Co-Fundador e Diretor Executivo, Reuben Sinclair:
"O desafio principal, de acordo com 60% dos profissionais, quando questionados sobre o tópico Talento, é precisamente a retenção desses mesmos talentos nas agências. Isto vem reforçar o papel fundamental que profissionais experientes desempenham no sector"
Richard Bagnall, Co-Managing Partner, CARMA:
"As métricas... estão a ser utilizadas em todos os sectores: 82% para a elaboração de relatórios, mais de metade para o planeamento e uma boa parte para justificar os honorários e a tomada de decisões. É um sinal de que estamos a tentar ser mais inteligentes com os nossos números, utilizando-os para orientar o navio em vez de apenas traçar o rumo".
Christina Forsgaard, fundadora da Netprofile e presidente do Comité de Ética da ICCO:
"É animador ver que 78% das agências de RP... optaram por recusar determinadas ofertas ou projetos de clientes. Esta atitude corajosa é um testemunho claro do impacto real das considerações éticas nas operações do sector."
